sábado, 13 de outubro de 2018

Frequência da Escuridão



Estamos a passar pela turbulência que a revitalização do Sagrado Feminino traz.
Tempos de mudança são sempre difíceis. A adaptação a uma nova realidade leva o seu tempo.
Durante séculos o Sagrado Feminino foi oprimido, espezinhado, ostracizado. Tendo ficado gravado na memória colectiva como algo normal! 

Nos últimos 20 anos têm-se insurgido vozes. Ultimamente com mais veemência. Cada um com a sua opinião. Pequenos fragmentos de um Todo. E cada um insiste no seu ponto de vista.

Eu também tenho o meu! Baseado apenas e só na minha experiência pessoal.

Aos 17 anos estava eu na fase do "Quero-me encaixar! Quero mostrar que sou normal!" (Sempre fui "estranha" para os meus pares, já escrevi sobre isso.)
A pressão social e familiar fez-me cair numa espiral depressiva. Mas há 20 anos atrás ninguém estava atento...
Saia todos os dias da semana. Nem que fosse só para ir ao café. E bebia. Socialmente. Mas bebia. Bebia (sei-o agora) não só para me enturmar, como para me alienar do ter de escolher "já" o meu futuro, da possibilidade de ir viver sozinha (Eu lavo um prato de vez em quando, como raio vou gerir uma casa sozinha???!!" - pensava eu.)
Nesta altura eu já escrevia. Sempre escrevi! Poemas tristes. Fora desse contexto não saia nada de jeito, embora tenha tentado. Como era conhecida pela minha sensibilidade, aquelas palavras doloridas arrancadas do fundo da Alma, eram vistas como belas obras de Arte... Suspiro...


Paremos um pouco para analisar!
Não sei se repararam, mas a minha frequência era puro Medo! Aliás um valente cocktail deles! Tinha medo de crescer, medo de não ser aceite pelos meus pares, medo do futuro. Embora buscasse, não me considerava merecedora de Amor. Com a alienação que o alcóol provoca estava a auto-boicotar-me!
O cocktail perfeito para me tentar livrar da existência terrena...
Era esta a minha frequência: a de alguém que já não quer viver, mas tem alguma dificuldade em tratar do assunto sozinha.

E Ele apareceu. Encantador. Como qualquer Sociopata o sabe ser.
Para os mais jovens pode ser difícil de compreender, mas nessa época ou se estudava ou se casava. E ir para a faculdade aos 17 estava a causar-me uma angústia enorme. E vi-o como uma tábua de salvação! (E não, não tenho antecedentes/exemplos familiares de tal situação, só para esclarecer.)
Posso garantir que o que passei física, emocional e psicologicamente não o desejo a ninguém!
Foram 6 longos anos. Até ter dito BASTA! E consegui porque pedi uma solução. Que veio em forma de uma colega de trabalho (à qual serei eternamente grata).
Passei 10 anos apavorada. Com crises de ansiedade e pesadelos.
Embora sempre tenha recusado a etiqueta de vítima (nunca me soou bem). Sabia que era uma sobrevivente. Mas ainda não tinha alcançado o porquê!

Só quando me atrevi a fazer a "Viagem do Eu". A olhar para dentro de mim. A perceber que somos co-criadores da nossa realidade, é que se fez LUZ!
Eu queria morrer! Logo, atraí alguém capaz de o fazer por mim.
Aceitar o Nosso papel numa situação destas não é fácil. Mas é libertador! Não existem culpados. Existem pessoas a vibrar na mesma frequência e que se atraem. 
Aceitei o meu papel na situação. Perdoei tanto a mim, como a ele. Aceitei que ele é como é. Um réptil. Não tenho de lidar com ele. Apenas aceitá-lo e perdoá-lo.
E a parte mais "chocante". A Gratidão! Sim, sou grata pela experiência que me forjou enquanto Mulher Guerreira. Ganhei ferramentas para ajudar outras pessoas em situações semelhantes. Aprendi a reconhecer sociopatas. Ganhei vontade de Viver! 

Jamais se vitimizem! Olhem para dentro de vós e questionem se "Eu amo-me?", "Eu sinto-me merecedor de Amor Incondicional, ou estou disposto/a a aceitar qualquer coisa desde que não esteja sozinho/a?"
Mudem a vossa Frequência!
Amem-se incondicionalmente!
Dêem um salto de Fé!
E vejam o Milagre a acontecer!

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