sábado, 7 de abril de 2018

As Marthas Stewart das nossas vidas



Sem qualquer desmerecimento da senhora em questão, ela acaba por servir de referência identificativa de um certo Tipo de pessoas.
Creio que já todos nós teremos tido a infelicidade de nos cruzar-mos com um destes seres.São extremamente dissimulados, e por norma, levamos algum (precioso) tempo a discernir se é uma pessoa verdadeiramente bondosa ou uma "Martha Stewart"!
Algumas, felizmente, são tão óbvias que nos permitem evitá-las a todo o custo. Costumam ser até um pouco simplórias, mas o exagero de simpatia estridente acciona as nossas defesas. São quase inofensivas! Quase, pois se ficarmos perto demasiado tempo o cansaço energético, será prova de que no meio de tantos sorrisos nos sugaram a energia.
Já as dissimuladas, são efectivamente perigosas! Não raras vezes mascaram-se de pessoas evoluídas (e até o foram a dada altura, mas o Ego que possuem é maior que qualquer ensinamento!), o que nos leva a tolerar-mos a sua companhia. Talvez oiça-mos uma pequena vozinha interior que nos alerta para algo que não está bem. Mas depois pensamos que estamos a ser demasiado desconfiados e ignoramos.
Existem alguns sinais:  o Ego precisa de atenção, logo, a própria pessoa se referirá a si mesma como sendo "muito boa pessoa", fará questão de ser caridosa em locais com bastante público, faz questão de contar as suas acções de voluntariado. Quem ajuda de Coração, sem precisar de público ( e até agradece se não o houver) sente-se naturalmente inquieta. É que existe nesta acção uma humilhação pública consciente pela outra parte! Fica no ar um discurso estranho: "Olhem para mim que sou tão boa pessoa, pois compadeci-me desta pobre criatura pedinte. Quando mais ninguém o fez! Faço questão de lhe comprar algo para comer. E claro que me acompanha ao balcão para que todos me vejam. A boa pessoa que eu sou! E volto para a mesa triunfante. Gracejo algo sobre os pobrezinhos e como não sou capaz. de negar pedidos de ajuda! "  O desconforto de quem ficou na mesa é evidente. E quanto mais convivemos com esta pessoa, mais as situações se repetem! Começamos a por em causa as nossas acções. Se serão o suficiente! E é algures neste ponto que começamos a olhar para a "Martha" como alguém mais evoluído, atrevo-me a dizer superior! A segurança que tínhamos nas nossas acções vai-se desvanecendo, pois estamos (sem nos dar-mos conta) constantemente a sermos humilhados e pisoteados psicologicamente.
Acreditem: estas pessoas querem seguidores! Querem ter quem lhes afague o Ego. É assim que subsistem! E se demoramos a apercebermo-nos é pelo simples facto de estarem sempre disponíveis! Seja para nos darem boleia, ficarem à noite com as nossas crias, emprestarem dinheiro ou pagarem uma conta se estamos numa situação delicada.Sempre com um beijinho e um abracinho prontos. É com todos estes favorzinhos que nos enredam! Quem tem o coração puro sente-se em dívida. Na obrigação de retribuir. Mesmo que a dada altura já se sinta desconfortável com a presença (intrusiva) constante da "Martha", equaciona tudo o que essa pessoa já fez por si e suspira... A pessoa começa mesmo a duvidar do seu coração puro, pois não consegue alcançar a grandiosidade dos feitos da "Martha". É deprimente!
Se estiverem numa situação semelhante , sentem-se a meditar e oiçam a vossa intuição. Encontrem maneira de se afastarem uns dias. Peçam a quem de vossa fé clareza de espírito. Se continuarem (que é o mais provável) com aquela sensação de " Eu estou a ser má pessoa! Como posso duvidar de quem me apoiou em diversas alturas?" Juntem todos os factos, todas as vossas intuições e desabafem com um amigo imparcial. Daqueles que vos dirá a sua opinião crua e dura.
Se não têm com quem desabafar e até se identificaram com estes escritos, sigam apenas este conselho: afastem-se! Cortem relações! Sem explicações! Vocês são Almas preciosas. Continuem o Bom trabalho. Ninguém precisa de o ver. A vossa Consciência sabe e isso é suficiente!

Namaste

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